CISNE NEGRO APRESENTA MAÑANA DE REYES E CALUNGA

A Fábrica de Cultura Capão Redondo recebe pela primeira vez uma das CIA de Dança mais renomada do Brasil, com 47 anos de existência, cerca de 5000 apresentações e assistida por um público superior a 3 milhões, a Cia de Dança Cisne Negro.

 

Obras apresentadas:

 

MAÑANA DE REYES (2024) – Duração: 16 minutos – do coreógrafo brasileiro Dany Bittencourt com música de Eduardo Fabini

O convite do diretor da Orquestra Filarmônica de Montevidéu, Martin Garcia, para desenvolver uma coreografia baseada na música Manãna de Reyes me emocionou muito. O dia 6 de janeiro é sempre lembrado na minha família com muito amor, minha filha e meu casamento são comemorados na mesma data. Que alegria poder desenvolver um tema tão cheio de bênçãos. Manãna de Reyes foi um balé criado em 1937, mas sem qualquer registro. A data é uma homenagem cristã aos três reis magos que visitaram Jesus em seu nascimento, reconhecendo a divindade, a prosperidade e a humanidade. Assim como os três reis magos “trouxeram” presentes para o menino Jesus, eles também os levaram para crianças no Uruguai.

A preparação para esta festa foi e ainda é muito importante: no dia anterior, as crianças preparam erva e água para os camelos dos Reis e deixam ao lado um par de sapatos engraxados para receberem os seus presentes.


CALUNGA (2011) – Duração 28 minutos – do coreógrafo brasileiro Rui Moreira com música de Francisco Mignone – Maracatu do Chico Rei e temas incidentais do projeto Pesquisas Folclóricas do Brasil

“CALUNGA” é o resultado de um mergulho histórico e estético nas tradições “folclóricas populares” do Brasil e tem como fonte inspiradora a composição musical de Francisco Mignone (1897-1986) intitulada Maracatu de Chico – Rei (1933). No argumento criado por Mário de Andrade, Chico – Rei era um escravo – líder de sua tribo do outro lado do Atlântico – que conseguiu comprar sua liberdade e a de quase todos os seus súditos que vieram com ele trabalhar em Minas Gerais. E assim a corte de Chico – Rei desfila em Vila Rica, com a dança das mucambas (amas), dos príncipes, dos macotas (mestres de terreiros), do rei e da rainha, até chegarem à praça principal da cidade, onde os senhores recebem o pagamento em ouro e soltam os escravos restantes.

O Maracatu é um ritmo musical contagiante e no contexto de manifestações dramáticas populares é um cortejo composto por vários personagens, entre eles o boneco ou Calunga. Feitas de madeira ou cera, estas bonecas representam a nobreza, a ancestralidade e o sincretismo presentes nesta festa de rua.

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